quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Personagens


  • Jorge - é engenheiro e trabalha no Ministério das Obras Públicas. Bonito, tem a barba curta, muito fina e frisada. Veste-se com gosto, aprecia a ordem. Não é muito sentimental, não vai a botequins, não faz noitadas com amigos, mantendo-se sério desde que era solteiro, em seus tempos de estudante.

  • Luísa - moça loira, tem olhos castanhos. Sua vida é muito vazia e torna-se uma mulher fútil. Até a chegada de Basílio, não carrega arrependimentos nem culpas. Está sempre em sua casa, apegada a sua leituras românticas. É amiga de Leopoldina, uma mulher leviana e devassa.

  • Basílio - é primo de Luísa e foi seu namorado, em tempos anteriores. Pedante, convencido, é cínico demais, aventureiro, conquistador. Os cabelos são pretos e anelados, mas já apresentam alguns fios brancos. Seu bigode é pequeno e lhe dar uma ar de coragem, orgulho e atrevimento. Sabe cantar bem e seduz com perseverança e experiência.

  • Sebastião - é um amigo íntimo de Jorge. É a única figura realmente boa e decente, dentre os que frequentam a casa de Jorge e Luísa. Conservador, tímido, acanhado, mostra-se um pouco antiquado para a época.

  • Julião - é um parente afastado de Jorge. Fala mal de tudo e de todos. É contra o governo, o sistema, a justiça do mundo. Quando recebe um cargo público, porém, as aparências se alteram. Torna-se então, um "amigo da ordem".

  • Acácio - é aparentemente sério, excessivamente moralista, contudo mantém relações sexuais com sua empregada. Importante é que se mantenha o sigilo desses seus dois lados, pensa ele, mantendo-se as aparências. Formalíssimo, educadíssimo, adora usar frases feitas;

  • Ernestinho: é primo de Jorge. Seu sobrenome, Ledesma, dá-lhe um ar ridículo, de lesma pegajosa. É pequeno, pálido, romântico, escreve seguindo o interesse do público. A peça "Honra e Paixão", escrita por ele, é um dramalhão de caráter romântico. De vontade fraca, não tem estilo próprio.

  • Juliana - personagem de peso, a mais complexa e elaborada de toda a obra, ela impressiona por sua vida interior. Magra, feia, solteirona, virgem, empregada há muitos anos, sente-se desesperada ao perceber que não terá meios para deixar essa condição de vida. Quer progredir, mudar sua posição social, e fica arrasada todas as vezes em que vê seus sonhos frustrados. Cada vez mais, azeda-se, odeia crescentemente.

    Em sua revolta, assim como na de Julião, existe apenas uma atitude pessoal, individualista, egoísta, de quem quer resolver os próprios problemas econômicos, progredir socialmente, sem preocupações classistas. Recebeu apelidos sugestivos como a "tripa velha", "a isca seca", "a fava torrada", "o saca rolhas". O determinismo marca-a, mostrando que não teria possibilidades de um novo destino, o que faz dela um exemplo de personagem negativista, pessimista, retrato do Naturalismo.

  • Biografia do Autor

    José Maria Eça de Queirós , nasceu em Povoa do Varzim 1845. Passou a infância e juventude longe dos pais pois estes não eram casados. Estudou direito na Universidade de Coimbra. Ligou-se por essa ocasião ao grupo renovador chamado “Escola de Coimbra” , Responsável pela introdução do Realismo em Portugal.
    Eça não participou diretamente da “Questão Coimbra” - 1865 - , a polêmica em que jovens defensores de novas idéias literárias , artísticas e filosóficas liderados por Antero de Quental , se defrontaram com os velhos românticos , ultrapassados e conservadores , liderados por Visconde de Castilho.
               Dedicou-se ao jornalismo depois de formado , e viajou pelo Oriente. Em 1871, participou das “Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense” – nova etapa da campanha que implantou em Portugal as novas perspectivas culturais do Realismo falando sobre o “Realismo como nova expressão da arte”.
               Eça de Queirós e o representante maior da prosa realista em Portugal. Grande renovador do romance , abandonou a linha romântica , e estabeleceu uma visão critica da realidade. Afastou-se do estilo clássico , que pendurou por muito tempo na obra de diversos autores românticos , deu a frase uma maior simplicidade , mudando a sintaxe e inovando na combinação das palavras. Evitou a retórica tradicional e os lugares comuns , criou novas formas de dizer , introduziu neologismos e, principalmente utilizou o adjetivo de maneira inédita e expressiva. Este novo estilo só teve antecessor em Almeida Garrett e valeu a Eça a acusação de galicismo e estabeleceu os fundamentos da prosa moderna da Língua Portuguesa.
               No dia 16 de Agosto de 1900 Eça morre em Paris. Deixava um episódio literário que veio a ser publicado aos poucos.

    Obras do Autor

    • A Cidade e as Serras
    • A Ilustre Casa de Ramires
    • A Relíquia
    • A Tragédia da Rua das Flores
    • As Farpas
    • Contos e Prosas Bárbaras
    • O Crime do Padre Amaro
    • O Mandarim
    • O Mistério da Estrada de Sintra
    • O Primo Basílio
    • Os Maias
    • Uma Campanha Alegre

    Corrente Literária

    Movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo. Muitas vezes realismo e naturalismo se confundem.
        Possuía um forte caráter ideológico, marcado por uma linguagem política e de denúncia dos problemas sociais como, por exemplo, miséria, pobreza, exploração, corrupção entre outros. Com uma linguagem clara, os artistas e escritores realistas iam diretamente ao foco da questão, reagindo, desta forma, ao subjetivismo do romantismo. Uma das correntes do realismo foi onaturalismo, onde a objetividade está presente, porém sem o conteúdo ideológico.

    Contexto Histórico

    O final do século XVIII trouxe a definitiva ascensão da burguesia ao poder político na Europa. O marco histórico desse processo foi a Revolução Francesa de1789. Ao longo do século seguinte, a consolidação do poder burguês se faria de forma cada vez mais marcante, principalmente em função do desenvolvimento que o Capitalismo alcançaria no período. Esse desenvolvimento se deveu, basicamente, a uma acelerada industrialização, que acentuou os mecanismos de exploração social do sistema capitalista. A disputa por mercados de consumo de manufaturados e por áreas de exploração de matérias-primas agravou a rivalidade entre os países industrializados - processo conhecido como Imperialismo.

    As desilusões com os rumos da Revolução Francesa já se tinham feito sentir no próprio movimento romântico.Mas o quadro descrito acima aumentaria ainda mais a decepção. A base espiritualista e sentimental do Romantismo cedeu espaço (embora sem desaparecer) para concepções materialistas e racionalistas.

    Surgiram, em toda a Europa, filosofias que buscavam explicar a realidade através de parâmetros científicos: tratava-se do cientificismo. A mais representativa dessas filosofias foi o Positivismo, surgido a partir dos escritos de Auguste Comte. O Positivismo pretendia constituir uma teoria geral do conhecimento, a partir da qual todos os aspectos da realidade poderiam ser explicados e normatizados.
    Outra tentativa nesse sentido foi o Determinismo, segundo o qual as ações humanas poderiam ser determinadas e previstas a partir da análise de alguns fatores básicos, como o meio social, a raça dos indivíduos envolvidos naquelas ações e o momento histórico em que elas acontecessem

    quarta-feira, 2 de novembro de 2011

    Comentarios

    Ariel Victor 
    O livro é um dos melhores que já li, sua linguagem é um pouco complicada as vezes temos que consultar o dicionário , e melhorar de certa forma o vocabulário, é uma história boa de se ler que tem as características do realismo, o autor Eça de Queiroz esta de parabéns por criar um livro tão bem elaborado e de tão boa historia. 


    Italo Quixadá 
    O romance O Primo Basílio, é um livro muito bom e bastante extenso, e eu recomendaria a todos que gostam de uma boa leitura. Um fato que não me agradou no livro foi a morte da personagem Luisa, pois ela deveria ter tido um final melhor.


    Paulo Igor
    O Primo Basílio é uma obra literária muito interessante no qual nos traz ensinamentos e nos mostra uma visão mais ampla da vida, é um livro clássico que nele vem trazendo a cultura... O livro fala da história de uma mulher que é muito subornada pela empregada por ter traído o seu marido, simplificando é uma obra de Eça de Queiroz que nos alerta um interesse em lê. 


    Gabriel Monteiro 
    O livro retrata uma história sobre um rapaz chamado Basílio que no começo do livro ele era muito rico e namorava uma moça chamada Luisa e gastou todo o seu dinheiro e ficou pobre por causa disso ele deixou-a e viajou para o Brasil e então Luisa conheceu Jorge e eles começaram a namorar e logo após se casaram. 


    Davi Viana
    Este livro mostrou uma história especifica do realismo, que pode assim explicar com mais exatidão como são as características da escola literária ''O realismo'' é uma história bem elaborada e uma das melhores que já li do autor Eça de Queirós. Como ele é classificado como um  clássico ele tem palavras estranhas e essas palavras agora fazem parte do meu novo vocabulário, além de tudo isso adorei a história do livro


    Matheus Castro
    Particularmente gostei muito do livro, para mim um dos melhores do autor, o texto contém palavras não muito usadas no nosso cotidiano, por isso aconselharia usar o dicionário como ajuda, o livro inova a criação literária criticando de uma forma sarcástica os costumes da burguesia mostrada na época, pude reparar também que o autor inova muito em relação ao homosexualismo um assunto muito discutido em todo mundo, recomendo a todos.